O racismo estrutural no Brasil manifesta-se de forma especialmente aguda na área da saúde, impactando diretamente os índices de morbimortalidade da população negra. Diante desse cenário, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Movimento Negro Unificado (MNU – RJ), desenvolveu ao longo de 2023 o curso Formação de Promotores Populares de Saúde Antirracista, com o objetivo de contribuir para a transformação dessa realidade por meio da educação popular em saúde. Nesse sentindo, como parte dessa iniciativa, na tarde do dia 6 de junho de 2025, foi realizada mais uma aula do curso no auditório da OTICS – Rio Rocinha, ministrada pela palestrante Stella. Durante o encontro, foram abordados temas centrais relacionados à luta antirracista na saúde, promovendo debates, reflexões e a construção coletiva de saberes voltados à equidade racial no cuidado e nas políticas públicas de saúde.Sendo assim, a proposta pedagógica do curso foi estruturada com base nos princípios da educação popular freiriana, integrando saberes científicos aos saberes populares. Os ciclos formativos são realizados em comunidades periféricas e favelas do Rio de Janeiro, com ênfase na participação ativa de moradores, lideranças comunitárias e agentes locais de saúde. As oficinas abordam temas fundamentais como racismo institucional e estrutural, saúde da população negra, direitos sexuais e reprodutivos, violência de Estado, o funcionamento e os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), além da promoção da participação social, entre outros.
Portanto, a formação de promotores populares antirracistas representa um avanço no enfrentamento das desigualdades raciais no Sistema Único de Saúde (SUS), ao fortalecer a dimensão comunitária da saúde e valorizar saberes historicamente marginalizados. A atuação desses sujeitos, formados a partir da realidade local, evidencia o potencial das políticas públicas pautadas pelo diálogo entre Estado e sociedade civil. Além disso, o curso fortalece a concepção de saúde como direito humano, destacando o papel estratégico das favelas como territórios de resistência e produção de saber.
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