O racismo estrutural no Brasil manifesta-se de forma contundente na área da saúde, gerando desigualdades no acesso aos serviços, na qualidade do atendimento e nos desfechos clínicos da população negra. Como resposta a essa realidade, têm surgido iniciativas voltadas à formação de promotores populares de saúde com enfoque antirracista, com o objetivo de integrar saberes populares e práticas comunitárias à promoção da equidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse contexto, na tarde do dia 30 de maio de 2025, foi realizado no auditório da OTICS – Rio Rocinha o curso de formação de promotores de saúde antirracistas. A atividade abordou temas fundamentais como o racismo na sociedade, a política nacional de saúde da população negra, práticas antirracistas no ambiente escolar e o adoecimento de profissionais de saúde em favelas.
Nesse sentido, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, criada em 2009, reconhece o racismo como determinante das desigualdades em saúde, mas sua implementação enfrenta desafios, especialmente na atenção básica. Iniciativas como a formação de promotores populares de saúde antirracista, realizadas pela Fiocruz e pelo Movimento Negro Unificado (MNU) no Rio de Janeiro, propõem uma abordagem crítica e territorializada, integrando saberes científicos e populares. Essas ações fortalecem o controle social, a democratização do SUS e promovem uma saúde pública mais justa e antirracista.
Sendo assim, a formação de promotores populares de saúde antirracista configura-se como uma estratégia potente de resistência e transformação social. Mais do que capacitações técnicas, esses cursos promovem o empoderamento das comunidades negras e periféricas na luta pelo direito à saúde. Para que essas iniciativas se consolidem, é necessário o fortalecimento de parcerias entre instituições públicas, movimentos sociais e universidades, com base em uma ética do cuidado, da escuta e do reconhecimento da pluralidade de saberes.
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