DIA NACIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE À SURDEZ

Através da Portaria de Consolidação MS nº 1/2.017, art. 527, o Ministério da Saúde instituiu, em âmbito nacional, o dia da prevenção e combate à surdez no Brasil (10/11). A instauração legal da data evidencia a preocupação e empenho dos dispositivos institucionais e da sociedade brasileira para conscientizar e prevenir os problemas advindos da surdez.

Com base em estudo conjunto do Instituto Locomotiva e a Semana de Acessibilidade Surda, a Agência Brasil destaca que cerca de 10,7 milhões de pessoas no Brasil convivem com a deficiência auditiva, predominando na faixa etária de 60 anos ou mais (57%). Além disso, do total pesquisado, 91% dessas pessoas adquiriram ao longo da vida e 87% não utilizam aparelhos auditivos. Esses números não só demonstram a importância da promoção de ações de conscientização e combate à surdez, como também destacam a tendência de crescimento dos problemas de audição no mundo (OPAS – OMS estima que 1 em cada 4 pessoas terão problemas auditivos até 2050). Por esses motivos, a data de 10 de novembro é marcada pelos esforços conjuntos nos campos da saúde, por meio da prevenção e do combate, e da educação, mediante conscientização e inclusão.

Foto – Símbolo Internacional da Deficiência       Auditiva.

Professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e médico otorrinolaringologista, Ricardo Ferreira Bento chama atenção para os dois tipos de surdez:

  • Surdez de condução – Causada pelo excesso de cerúmen (cera), infecções de ouvido (otites secretoras, média aguda e média crônica), e/ou imobilização de pequena(s) partes(s) do órgão;
  • Surdez de nervo auditivo (ou cóclea) – Os dois motivos mais comuns são a exposição a ruídos de alta intensidade e a presbiacusia (surdez pela idade), destacam-se também as viroses (como a rubéola e a caxumba), a meningite, os defeitos congênitos, os problemas metabólicos como diabetes, as alergias, as doenças cardiocirculatórias e a propensão hereditária.

É preciso, então, ressaltar as medidas cabíveis para prevenção da surdez, como por exemplo:

  • Nas gestantes, doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose podem provocar a surdez nas crianças. Por isso, faz-se necessária a orientação médica pré-natal. Mulheres devem tomar a vacina contra a rubéola antes da adolescência, para que durante a gravidez estejam protegidas;
  • Teste da orelhinha: exame feito nos recém-nascidos que permite verificar a presença de anormalidades auditivas;
  • Cuidado com objetos pontiagudos, como canetas e grampos, pois, se introduzidos nos ouvidos, podem causar sérias lesões;
  • Atraso no desenvolvimento da fala das crianças pode indicar problemas auditivos, sendo motivo para uma consulta com um médico especialista;
  • Uso de equipamentos de proteção para trabalhadores expostos aos riscos ocupacionais provocados pelo ruído;
  • Acompanhamento da saúde auditiva dos trabalhadores, por parte das empresas, visando eliminar ou reduzir o ruído no ambiente de trabalho;
  • Realização de exames e consultas com profissionais especializados (confira aqui Onde Ser Atendido).

Fontes:
Agência Brasil
Biblioteca Virtual em Saúde
Ministério da Saúde
MultiRio
OPAS/OMS
Revista Espaço Aberto USP