A persistência das desigualdades raciais no Brasil compromete os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente a universalidade, integralidade e equidade. Em resposta a esse desafio, o Curso de Formação de Promotores Populares de Saúde Antirracista, promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Movimento Negro Unificado (MNU-RJ), realizou mais um encontro na tarde do dia 1º de agosto de 2025, no auditório da OTICS – Rio Rocinha. O evento abordou temas como racismo estrutural, letramento racial e colorismo na saúde, com destaque para seus impactos no acesso e na qualidade dos serviços. As palestras de Luciene Lacerda e Vanda Vieira contribuíram para o debate sobre práticas antirracistas no Sistema Único de Saúde (SUS).
Nesse cenário, a formação de promotores populares de saúde antirracista tem como objetivo central a qualificação técnica e comunitária de pessoas oriundas dos próprios territórios, com vistas a fortalecer o controle social e ampliar a participação popular na construção de políticas públicas em saúde.
Além de promover a educação popular em saúde, essa formação dialoga diretamente com a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), instituída pela Portaria nº 992/2009 do Ministério da Saúde. A atuação dos promotores populares dentro das Clínicas da Família (CF) e dos Centros Municipais de Saúde (CMS) representa, nesse sentido, uma mediação essencial entre o saber técnico-científico e os saberes populares, contribuindo para a construção de um modelo de atenção mais inclusivo, sensível às desigualdades raciais e comprometido com a equidade.
Dessa forma, o curso não se limita à transmissão de conteúdos, mas se constitui como um dispositivo de transformação das práticas e das políticas em saúde, contribuindo para a construção de um Sistema Único de Saúde (SUS) efetivamente universal, equânime e antirracista.
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