Dia Internacional pela conscientização aos acidentes ofídicos

Acidentes ofídicos são uma emergência de saúde em países tropicais e de baixa renda.

Os acidentes com animais peçonhentos, principalmente envolvendo cobras (acidentes ofídicos), fazem parte da lista de doenças tropicais negligenciadas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso se deve, especialmente, pelas amplas ocorrências em populações pobres moradoras de áreas rurais, favorecendo a desinformação, discriminação e dificuldade de rápido atendimento. A exemplo, a OMS estima que a quantidade de pessoas picadas por cobras a cada ano no mundo pode chegar a 5,4 milhões. Desses, entre 81.000 e 138.000 morrem e até 400.000 ficam permanentemente incapacitadas ou desfiguradas.

Nesse sentido, o dia 19 de setembro foi escolhido mundialmente como a data pelo aumento da conscientização sobre o enorme impacto global dos acidentes com animais peçonhentos, principalmente os que envolvem cobras.
Capazes de produzir veneno (peçonha), os animais peçonhentos naturalmente possuem estruturas para a injeção desse veneno. No Brasil, geralmente os acidentes envolvem espécies de: serpentes; escorpiões; aranhas; lepidópteros (mariposas e suas larvas); himenópteros (abelhas, formigas e vespas); coleópteros (besouros); quilópodes (lacraias); peixes; cnidários (águas-vivas e caravelas).
Os sintomas do envenenamento por picada de animais peçonhentos variam de acordo com o animal, com o local da picada e com a quantidade de picadas, podendo ocorrer reações alérgicas ou tóxicas. Os venenos de cobra podem causar paralisia, hemorragia fatal, insuficiência renal irreversível e danos nos tecidos que podem levar à incapacidade e à amputação.
Devido ao alto número de notificações, esse agravo foi incluído na Lista de Notificação Compulsória do Brasil, ou seja, todos os casos devem ser notificados ao Governo Federal imediatamente após a confirmação. A medida ajuda a traçar estratégias e ações para prevenir esse tipo de acidente.
Algumas das orientações em caso de acidente são: lavar o local da picada com água e sabão; não fazer torniquete ou garrote; não furar, cortar, queimar, espremer ou fazer sucção no local da ferida; não aplicar folhas, pó de café ou terra (pode provocar infecções); não ingerir bebida alcoólica, querosene ou fumo, como é costume em algumas regiões do país; levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento adequado em tempo. O tratamento é feito com soro antivenenoso, de acordo com cada espécie e com cada situação.

Fontes:
BVS
Save The Snakes.org
Ministério da Saúde